domingo, 30 de novembro de 2008

Bibliografia Religião e Globalizações

Religião e Globalização

Ruy Llera Blanes

Sinopse

Nas últimas décadas, a religião tem-se constituído como um dos grandes protagonistas dos debates sobre “globalização”. É, digamos assim, uma inevitabilidade: não é possível falar de globalização sem deixar de referir o papel da religião nos processos migratórios e no desenvolvimento de consciências globais. Todos recordamos, por exemplo, as reacções despoletadas no Médio Oriente por um cartoon num jornal dinamarquês. Nesta aula, pretende-se discutir as particularidades da dialéctica entre o fenómeno do religioso e as teorias da globalização.

Objectivos

- Debater o lugar da religião na teoria social contemporânea e nos principais discursos mediáticos sobre a “globalização”: religião e migração, religião e estado.

- Desenvolver uma perspectiva crítica sobre a teoria da globalização e sobre o conceito de “religiões globais”.

- Apresentar e discutir estudos de caso.

Bibliografia

Baumann, Gerd, 1999, The Multicultural Riddle. Rethinking National, Religious and Ethnic Identity. Londres: Routledge.

Berger, Peter, Grace Davie e Effie Fokas, 2008, Religious America, Secular Europe? A Theme and Variations. Aldershot: Ashgate.

Berger, Peter, 1999, The Desecularisation of the World: Resurgent Religion and World Politics. Londres: Eerdmans.

Carmo, Renato do, Ruy Llera Blanes e Daniel Melo (orgs.), 2008, A Globalização no Divã. Lisboa: Tinta da China.

Casanova, Jose, 1994, Public Religions in the Modern World. Chicago: University of Chicago Press.

Comaroff, Jean e John Comaroff, 1991, Of Revelation and Revolution, Volume One. Christianity, Colonialism, and Consciousness in South Africa. Chicago: University of Chicago Press.

Davie, Grace, 2002, Europe – The Exceptional Case. Parameters of Faith in the Modern World. Londres: Orbis.

Gilsenan, Michael, 1982, Recognizing Islam. Religion and Society in the Middle East. Londres: Tauris.

Hervieu-Léger, Daniele, 2005 (1999), O Peregrino e o Convertido. A Religião em Movimento. Lisboa: Gradiva.

Jenkins, Philip, 2007, God’s Continent. Christianity, Islam and Europe’s Religious Crisis. Oxford: Oxford University Press.

Levitt, Peggy, 2007, God Needs no Passport. Immigrants and the Changing American Religious Landscape. Nova Iorque: The New Press.

Martin, David, 2005, On Secularization: Towards a Revised General Theory. Aldershot: Ashgate.

Meyer, Birgit e Peter Geschiere (orgs.), Globalization and Identity. Dialectics of Flow and Closure. Oxford: Blackwell.

Meyer, Birgit e Annelies Moors (orgs.), 2006, Religion, Media and the Public Sphere. Indiana: Indiana University Press.

Taylor, Charles, 2008, A Secular Age. Nova Iorque: Belknap Press.

Vertovec, Steven e Alisdair Rogers (eds.), 1995, Muslim European Youth: Reproducing Ethnicity, Religion, Culture. Aldershot: Ashgate.

Van der Veer, Peter (ed.), 1996, Conversion to Modernities. The Globalization of Christianities. Londres: Routledge.

Vilaça, Helena, 2006, Da Torre de Babel às Terrras Prometidas. Pluralismo Religioso em Portugal. Porto: Afrontamento.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Convite - Visitem esta exposição-instalação- uma outra dimensão da globalização (migrações e mobilidades)


Still da Instalação de ISAAC JULIEN

WESTERN UNION: Small Boats | 5 projecções vídeo | Filme 35mm, cor, som surround, 18' |Transferido para DVD/HD, 5.1| 2007

WESTERN UNION: Small Boats de Isaac Julien encerra a trilogia de instalações audiovisuais iniciadas com True North (2004) e continuada com Fantôme Afrique (2005).

Estes trabalhos exploram o impacto da localização – tanto cultural como física – através de um retumbante efeito de justaposição de regiões globais em oposição.

Este novo trabalho de Isaac Julien, WESTERN UNION: Small Boats, aborda as viagens através do mar Mediterrâneo dos chamados “clandestinos”, que partem da Líbia, fugindo das guerras e da fome. Podem ser vistos como trabalhadores migrantes da economia, tais como outros europeus - “Anjos” na terminologia de Walter Benjamin -, testemunham o fracasso da esperança e dos sonhos da modernidade e erram agora através dos oceanos, alguns sem nunca chegarem, nem regressarem.

Expandindo a temática da viagem, excursão e expedição, WESTERN UNION: Small Boats, é produzido na era em que o avanço da comunicação global e das novas tecnologias são permanentemente celebradas. Uma das principais questões levantadas por este desenvolvimento é precisamente o papel do indivíduo neste fluxo de informação. A circulação das vidas humanas, os movimentos dos corpos e as histórias das suas vidas, tornam-se oportunas quando as políticas de imigração geram diariamente controvérsia e as relações entre nações são fonte de um permanente e alargado debate.

Esta exposição está no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado até 2.01.2009

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Imagens e Globalizações (XII)



Proposta de Raquel Batista:

Estas fotografias já foram mostradas na aula, mas infelizmente, não pude dizer muito sobre elas porque a informação que levei era escassa. Contudo, posso adiantar que foram tiradas num sábado de manhã em plena Baixa de Lisboa há sensivelmente três semanas atrás. Pedi autorização para fotografar todo aquele 'cenário' a um dos elementos deste grupo musical e que me foi concedida, mas ou por uma questão de mau timing meu ou por não quererem mesmo aparecer, não consegui apanhar na imagem nenhuma das pessoas que estava por detrás daqueles instrumentos.


Poderão questionar-se o porquê de eu ter fotografado (ou quase) este grupo musical índio e não outra coisa qualquer. A verdade é que tanto poderia ter fotografado esta situação como poderia ter fotografado o turista que estava nesse preciso momento ao meu lado com a sua câmara de filmar que deve ter ficado fascinado com o facto de se estar a passar numa aparelhagem, em plena rua, covers em flautas Pan de músicas cantadas em inglês que possivelmente até conheceria.

Se o tivesse feito, iria captar o "outro" a ver o "outro”, o que daria outro tema de conversa. Penso que mais do que isso, queria antes o lado de quem se representa a si mesmo, e de que forma o faz. Apesar de não se comprovar pelas fotos, posso dizer que estas pessoas estavam completamente trajadas a 'rigor', querendo muito possivelmente mostrar que ali, a tradição ainda se mantém. Não pondo em causa se isso é realmente verdade ou não, neste caso em específico, acho que é válido argumentar que em grande parte não passa de uma “teatralização” dos mesmos em torno da imagem que querem de dar de si.

Apesar de se passar numa zona onde o trânsito de pessoas de diferentes backgrounds culturais é enorme e de isso criar um certo hábito, não deixa de ser fascinante presenciar as trocas culturais que se fazem a partir daqui e de que forma as pessoas trabalham imagens e conteúdos que querem fazer passar nestas mesmas trocas

Imagens e Globalizações XI




Raquel Santos

Escolhi esta imagem porque achei curioso o facto de uma menina marroquina estar vestida como qualquer criança ocidental e a brincar com uma boneca Barbie, a qual simboliza um padrão de beleza e vida ocidental (consumista), no entanto, a boneca está vestida com os trajes tradicionais da região. Podemos dizer que a dimensão é cultural e económica ( consumo) e os fluxos são de imagem, bens e capital.

Pietro Tessadori intitula a sua proposta de foto como "Relações entre as pessoas na era da globlaização e sugere as seguintes imagens:



quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A propósito da conferência de Arjun Appadurai

Podemos viver sem o outro?
Como (con)vivemos com o outro?
Quem é o outro?

Esta é a proposta de exercício a partir da conferência de Arjun Appadurai para a qual vos convidamos a participar aqui. Eventualmente, poderão sugerir e seguir outras pistas de comentário ou outros trilhos analíticos. Deixamos também o convite para a leitura da conferencia de Homi Bhabha publicada no livro A urgência da Teoria a propósito da noção de tradução e de cosmopolitismo vernacular.

Imagens e Globalizações (X)




Proposta de Isabel Nobre

A primeira fotografia foi partilhada na aula. Contexto: Foi tirada em S.Tomé e Principe, na Praia de Malanza. Pensei na Imagem como representação do fenómeno de Globalizações porque o menino veste uma t-shirt do Sporting. Embora não saiba em que contexto a recebeu, se entretanto já passou por outros miúdos antes dele não sei, mas a verdade é que o futebol acaba por ser, também devido a toda a sua envolvente, um fenómeno que representa todo este sistema Global. Na aula referi que foi estranho encontrar a T-Shirt neste sítio porque é uma aldeia completamente refundida, onde os miúdos raramente viram um branco e fogem a correr quando se deparam com algum. Têm medo e chegam mesmo a chorar!
Decidi partilhar a segunda fotografia para mostrar bem o contraste, a menina que traz as roupas rotas, fenómeno geral na aldeia, e o menino com uma t-shirt de um dos mais reconhecidos clubes de Portugal. O que eu acho que terá acontecido: um voluntário de missões internacionais de solidariedade passou por lá e terá oferecido a dita t-shirt, porque esta aldeia não é local de Turismo por ser tão difícil lá chegar. Penso que terá sido uma tentativa de transpor o amor ao Clube para outra cultura, ou então foi simplesmente na mala juntamente com outras coisas que a pessoa tencionava lá deixar. Normalmente o enfoque está sempre nas crianças, leva-se lápis, bolas, brinquedos "ocidentais" mas que já são comercializados por toda a parte do mundo. Duvido, embora seja possível que esta t-shirt tenha sido comprada porque acompanham os jogos na televisão. Se tivesse sido num local mais central onde o acesso à informação é facilitada acredito que sim. Achei curiosa esta imagem mas fiquei com penade não ter investigado mais sobre a história do porquê o Sporting!!

domingo, 26 de outubro de 2008

Imagens e Globalizações IX


Proposta de Umme Salma

Um exemplo de globalização contemporânea: a indústria transnacional dos call-centers indianos, onde se jogam os fluxos globais de tecnologia de informação. Um call center na India responde aos pedidos de pizza em Manhattan.

A pessoa com um sotaque estranho pergunta se quer extra-queijo, se a pizza é grande, pequena ou média. Que bebida vai desejar e como tenciona pagar. Repete o pedido, para que não haja falhas na comunicação, faz a conta, pede o número do cartão de crédito. Diz ao consumidor faminto o número de minutos que tardará a chegada da pizza. O conhecimento de que o serviço em questão está na India implicaria um "extra queijo global", um caminho muito mais longo a percorrer em oposição à ideia de fast-food, de pizza "around the corner". Talvez por isso, omite-se que o serviço é prestado por indianos, na India. Os indianos Raja, Salim ou Sonali passam a ser John, Peter ou Sally, para satisfação do cliente norte-americano. Não deveria interessar de onde são na verdade, porque provavelmente será um imigrante indiano ou paquistanês a pôr a dita pizza no forno... A representação e a omissão como política cultural da indústria; a camuflagem ou o anonimato escondem a realidade da globalização, que é bastante ilusória.


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Imagens e Globalizações VIII

Proposta de Amândio Felício

Esta primeira imagem é a capa de um disco desta banda tuaregue Tinariwen. A imagem propriamente dita, apresenta algumas características que a definem como o reflexo de um tempo multicultural, nomeadamente a presença das guitarras eléctricas, marca de uma ocidentalidade que seria à partida exterior à música tuaregue.Mas para além das marcas aparentes, há a marcar esta imagem, dois aspectos fundamentais: o facto de ser ela própria a capa de um disco, objecto das indústrias culturais por excelência; e o fenómeno da World Music, que enquanto objecto de estudo, é muito revelador do fenómeno da globalização e dos seus fluxos. Com efeito, os Tinariwen conseguiram nos últimos anos um reconhecimento internacional que está relacionado com a ocidentalização da sua música, forma encontrada de penetração nos mercados europeu e norte-americano. Aliada a esta ocidentalização está o exotismo de uma música que mantém um carácter tradicional, do blues norte-africano, e que chama a atenção para a luta política do povo tuaregue contra o governo do Mali. Este exotismo vai de encontro à procura do outro que caracteriza o mundo ocidental globalizado. Também importante é o facto de este tipo de produtos da world music chegarem às mãos ocidentais mediados geralmente por grupos editoriais europeus e norte-americanos, o que acaba por definir onde se encontra o ponto superior do fluxo.

Esta segunda imagem acaba por ser um jogo sobre as representações imediatas sobre o multiculturalismo. Também aqui se encontram presentes elementos diversos que são o reflexo de um fenómeno, nas suas diversas dimensões. O elemento tecnológico, com a Internet enquanto a ferramenta de comunicação da globalização, e aquele que é talvez o seu símbolo maior o Google, enquanto motor de pesquisa global (e não entrando por este campo, é interessante verificar as adaptações localizadas do Google a cada “terreno”). O elemento simbólico com a primeira página de resultados de imagens, resultante da pesquisa da palavra multicultural. No fundo, pretendo com esta imagem fazer um jogo com os clichés da globalização, não apenas representados pelas imagens comummente representativas da globalização cultural, mas pelo próprio Google e pela internet, como elementos dominantes, simultaneamente franqueadores de portas para a informação, e castradores na forma como tornam não-existente, tudo o que se encontrar excluído do seu universo.

Imagens e globalizações (VII)





Catástrofes Globais
"progresso e catástrofes são as duas faces da mesma moeda"
Hannah Arendt
Proposta de João Samões


Imagens e globalizações (VI)


Proposta de Alexandre Firmino (aluno do Mestrado Risco, Trauma e Sociedade)
Cartaz de Cinema JAWS

Em 1975 Steven Spielberg despertou meio mundo chamando a atenção para o medo que vinha das águas do mar, sob a forma de um gigante tubarão branco que atacava os banhistas que tivessem a ousadia de enfrentar o risco. Spielberg fez de Jaws um dos filmes mais tensos, assustadores e psicologicamente transtornadores de todos os tempos graças em grande parte à inesquecível banda sonora de John Williams, mas também devido à inteligente técnica utilizada pelo realizador que na altura preferiu esconder a presença do tubarão em vez de o mostrar na sua totalidade ao espectador. Na altura, o filme de Spielberg amedrontou e perturbou em grande escala, não porque o tubarão assassino tivesse aparecido de repente, mas sim porque no momento em que deu a sua aparição, nós já estávamos a criar na nossa mente, quer através de diálogos entre as personagens fragmentos de medo e dee suspense. Nunca o cinema tinha conseguido até então, fazer afastar as pessoas da realidade, fazendo uso da imaginação. O medo proposto como abordagem no próprio filme, acabou por se espalhar e gerar discussões e debates á escala mundial como até então nunca se fizera sentir. Pela primeira vez o cinema como instrumento, fazia do uso dda temática do medo, uma consciencialização sobre os riscos globais á escala global. É caso para dizer que assistimos ainda nos dias de hoje a uma forte conciencialização dos riscos tendo em conta que vivemos numa época da globalização do medo, que tal como no cartaz do filme nos sugere: uma perseguição mais feroz sobre o indivíduo por parte de um medo desconhecido que ninguém consegue ver. Neste caso poderiamos sugerir a metáfora do JAWS para nos referirmos á disseminação dos traumas sociais, por parte de uma violência latente a encarnar todo o terrorismo, tal como aconteceu com os atentados do 11 de Setembro de 2001. O que era até aqui visível para toda a gente, incluindo as emoções e o próprio medo, passou a estar como que invisível, à moda de Hitchcock, sem termos a certeza de saber se podemos confiar ou não nos nossos próprios vizinhos, se os nossos computadores em casa estarão seguros, se as nossas contas bancárias estarão firmes e em boas mãos, se os aviões poderão viajar sem cairem, se a não haverá outro abalo financeiro a seguir a esta crise, se amanhã estaremos no desemprego ou não. Ou seja, o filme de Steven Spielberg realizado em 1975 para a Universal, retrata bem o medo e a tensão, pondo a nú a frieza comportamental do público mas ao mesmo tempo marca uma era dominada pela incerteza cada vez maior, onde o medo assume proporções dantescas ao ponto de associar a vida de cada um de nós para uma consciencialização da cultura do medo á escala global, onde as guerras, as doenças, as catástrofes e as epidemias tem um particular destaque na agenda da economia e da política mundial, que nos alertam para os riscos de possíveis desfragmentações no controlo das coisas que nós conhecemos como serem a Ordem das coisas. Vivemos rodeados de imagens que nos estimulam a imaginação. E sem irmos muito longe poderiamos ter como exemplo simples e fugaz de como uma possivel fobia de voar de avião poderá desencadear o medo após os impactos de imagens sobre desastres aéreos. Vivemos numa era da globalização do medo em que somos constantemente bombardeados por imagens que nos estimulam e nos conferem os sentidos da realidade. Assim, poderemos conceber a imagem do medo como um espectro do fragmento que uma realidade poderá transmitir como um todo pela parte. Aqui fica uma sugestão deveras impertinente sobre a globalização do medo, em que vários povos vivem da mesma forma o mesmo problema, independentemente das suas culturas, das suas crenças...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Imagens e Globalizações (V)



Trata-se de uma fotografia tirada num dos bairros de Luanda em 2007. São crianças/jovens que se dedicam à venda de produtos no mercado informal. São um dos veículos da globalização definida segundo o conceito mais tradicional, ou seja, na vertente económica.
A imagem pode enquadrar-se na teoria do Sistema Mundial que apresenta o capitalismo em expansão.
Os meninos vendem marcas de cerveja portuguesas como a Super Bock e a Sagres cujo mercado angolano se tornou prioritário na procura por novos consumidores, dentro de uma estratégia de crescimento de vendas e lucros. Estamos a falar sobretudo de fluxos de capital.

Maria José Azevedo

Imagens e Globalizações(IV)



Esta foto foi tirada em Goa,Índia,em 2003.Para mim reflecte vários níveis de compreensão e vários processos relacionados com a "globalização".Há um primeiro nível que percebemos que se trata de publicidade a um produto introduzido por uma diferente cultura num processo comercial de fluxo de bens que introduz uma nova necessidade de consumo de um produto que na verdade é contracultura no espaço que está exposto,o álcool.Temos um novo nível, que só pode ser compreendido se soubermos que este estado indiano é um dos que mais atraí turismo (tanto internacional como turismo interno), que nos lembra que possivelmente esta publicidade está aqui para ser consumida por turistas que querem ter acesso aos mesmo produtos que estão associados a férias e divertimento em qualquer sítio onde estejam e que por isso um anúncio de cerveja, num dos únicos estados indianos onde se pode consumir álcool(oficialmente) é um lembrete que estamos num sítio "normalizado".Depois temos um processo de adaptação a um novo elemento cultural, o aproveitamento dos processos publicitários para a manutenção de uma casa que está sujeita a processos de degradação rápidos devido ás monções que torna a publicidade em decoração de casa, e a casa em cartaz publicitário.

Maria Carita

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Imagens e Globalizações III - Geopatologias ou Out of Africa

Geopatologias contemporâneas podem ser vistas neste excelente post retirado de um Blog da ASA - Association of Social Anthropologists - Visões Migrantes é um convite à observação crítica de novos fluxos de pessoas - turistas (vs) migrantes ilegais...
Não percam o filme que está já no YouTUBE - Out of Africa

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Imagens e Globalizações II: Kingsley carnet de route d'un immigrant clandestin


Esta é a história de um itinerário de um imigrante africano em busca do outro lado do mundo "europa". A história de uma viagem voluntária mas cheia de improvisações, imprevistos e desilusões de um imigrante ilegal, ou um "sem-papeis", ou um aventureiro, ou finalmente um ser humano. Vejam aqui o filme-documentário da sua viagem. Muito interessante visão da experiência subjectiva da migração. Trata-se de uma foto reportagem (já premiada em 2006 pela Word Press 2005) de Oliveir Jobard sobre a vida deste viajante da era da globalização: Kingsley. Podem ainda ver mais informação neste Blog - MACANDPHOTO - e o livro-catálogo encontra-se disponível em venda online na Amazon, entre outras...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Imagens e Globalizações I

Proposta de Cristina Munoz
Chinatown New York

Esta imagem representa a globalização em sentido inverso: manifestações da cultura chinesa estão presentes nas principais cidades mundiais, permitindo que as pessoas desta cultura reconheçam os seus símbolos culturais, mas também influenciado as cidades onde estas pessoas vivem. Este fenómeno não acontece apenas com a cultura chinesa, mas também com outras culturas (hispânicas, britânicas, coreanas, etc.), criando locais de justaposição cultural.

Esta justaposição cultural é visível não só no aspecto das cidades, mas também nas universidades, empresas… em todas as situações em que as pessoas se relacionam. É por este motivo, que eu concordo com a opinião de que a globalização não se pode descrever como um fenómeno de mcdonalização mundial mas sim como uma influência recíproca e constante de culturas que se encontram.



Proposta de Anna Awdziej

A minha proposta consiste de três imagens sendo as versões da mesma obra celebre de Leonardo da Vinci, Mona Lisa. Apresento também o original para todos poderem comparar. Uma das imagens, Mona Lisa asiática é uma fotografia tirada em Londres, que encontrei na Internet. Infelizmente, não conheço o autor da obra nem o sítio exacto onde a pintura se encontrava. A segunda obra é uma versão de Mona Lisa de artista da América do Sul, um colombiano, Fernando Botero, conhecido principalmente pelo seu famoso estilo de apresentação das pessoas em formas redondas e extensas. Todavia, queria concentrar-me sobretudo na última pintura, na Mona Lisa índia, porque parece ser mais uma interpretação dum tema recorrente na arte do que simplesmente uma paródia da famosa obra de da Vinci. Trata-se da pintura dum autor norte-americano da origem índia, David P. Bradley, intitulada Pow-Wow Princess in the Process of Acculturation (Princesa Pow-Wow num Processo de Aculturação). O autor da obra não se limitou a mudar a paisagem no segundo plano, ou as feições do seu modelo, mas equipou-o também com os atributos característicos para as índias contemporâneas, que reflectem uma mistura específica da tradição e da modernidade. Acerca duma obra e dum motivo muito bem conhecido construiu uma narrativa nova sobre a condição do povo indígena da América do Norte. Mostrando estas pinturas, queria chamar a atenção para o facto que a globalização e o fluxo cada vez mais amplo de ideias referem-se também a arte e servem como uma fonte da inspiração para muitíssimos artistas de todo o mundo. Julgo que este quadro serve também como um bom exemplo de recontextualização de algumas ideias ou motivos anteriormente conhecidos para contarem histórias novas sobre a realidade culturalmente diferente. Mais informação sobre o quadro de Bradley encontra-se aqui



















Proposta de Joana Santos

Autoria da Imagem: Activista Político do meio das Artes, conhecido por trabalhos exteriores (Graffiti). De Identidade anónima, os seus trabalhos são assinados “Bansky”.

A Imagem tem três figuras e/ou também elas imagens, que são mundialmente conhecidas, a figura da esquerda o Rato Mickey, do lado direito, a figura do Palhaço da McDonald’s e por fim, ao centro uma imagem (fotográfica), de uma criança vítima de guerra no Vietname. No que diz respeito aos significados associados à imagem, será de mencionar que já por si, esta «fotomontagem», contém em si uma forte componente irónica, na medida em que as duas figuras dos extremos são figuras que surgem associadas ao consumo (em que existe um investimento em marketing dirigido precisamente às crianças). A ironia reside precisamente no facto destas duas figuras que representam o consumo segurarem a mão de uma criança cujas condições de vida, são influenciadas por processos mundiais económicos (dos quais as figuras mencionadas) são representantes incontornáveis. Deste modo, somos reportados para as desigualdades sociais transnacionais. Em que as multinacionais desempenham um papel preponderante no agravamento das condições de vida, exploração de mão-de-obra (em países como o Vietname o recurso a mão-de-obra infantil continua a ser prática comum) e a criação e/ou intensificação de tensões sociais e estruturais (conflitos armados). Não é de menosprezar neste contexto a existência de relações de interdependência entre países, cujo resultado é revelado ao nível dos mecanismos de desigualdade no que diz respeito (por exemplo) às dimensões vitais, que englobam as condições de existência (tomemos em conta o indicador da esperança de vida, que na Ásia é marcada por uma alta taxa de mortalidade infantil e que possuem uma esperança de vida reduzida), em que os acessos aos cuidados de saúde são seriamente afectados. Será também de referir neste contexto, as desigualdades na redistribuição de recursos o que não raras vezes, surge associado ao acesso institucional (acesso a direitos e a uma cidadania plena). Portanto, estão patentes a presença de dimensões que nos reportam para os «países desenvolvidos» e «países subdesenvolvidos» em que existe uma clara diferenciação na distribuição de recursos entre os países. Levanta-se então a questão (não isenta de controvérsia) sobre os impactos que o “Global” tem sobre o “local”, e nesta relação, que processos de reorganização social existem no seio das comunidades locais.


Proposta Mário Margarido















São duas fotos das bolsas de valores americanas. Envio-lhes estas fotos pois a meu ver reflectem um pouco a chamada teoria da dependência, se não me engano, isto porque nos dias de hoje com a "crise" financeira quando os mercados americanos estão em baixa, os europeus e asiáticos sofrem as consequências. Há então como que uma dependência entre os centros e as periferias mas também como na teoria do sistema mundial em que com a expansão do capitalismo tudo se encontra conectado, ou tudo tende a ficar conectado, tudo sofre mais ou menos da mesma forma.Uma outra imagem que envio é uma mais engraçada sobre o mcdonalds. Essa imagem espelha claramente uma cultura de consumismo extravagante e globalizado. E claro é uma satira mas não deixa de ter uma certa razão. Espero que estas imagens sejam um espelho ainda que pequeno da globalização. Poderia também aqui pôr aqui capas de livros escolares de inglês ou francês ou até de alemão pois enfatizam aspectos da teoria da modernização em que as crianças dos povos locais são inculcadas línguas que não a sua tendo em vista um mercado de trabalho cada vez mais globalizante.


Rostos de duas turmas na mesma escola (Joaquim Ribeiro e da sua filha - 35 anos depois)



Escolhi esta imagem para a próxima aula, pois retrata um filme que entendo em muito explicar a Globalização e a Comunicação, enquanto conceitos que avançam inter-ligados e poderão ser mesmo "sinónimos" em vários aspectos, e que o produtor mexicano Alejandro González-Iñárritu nos mostra de uma forma clara e que nos pode dar muito que pensar e reflectir sobre a forma como cada vez estamos todos mais próximos. O que me motivou a escolher a imagem deste filme não foi a industria cinematográfica e a sua expansão enquanto divulgação publicitária e consumista, mas a história contada no filme enquanto temática que mostra de uma forma clara embora fictícia de que modo poderemos estar todos ligados entre nós, e o mundo estar ao alcance de um passo. Uma versão cinematográfica actual inspirado na narrativa Bíblica "A torre de Babel", a acção começa por decorrer em Marrocos, onde um tiro é disparado contra um autocarro por uma criança, como forma de testar o alcanço da arma que o pai lhe deu para caçar e fere uma turista americana. As consequências reflectem-se nos Estados Unidos, onde vivem os dois filhos da turista que em consequência do acidente da mãe tem de acompanhar a ama no México a um casamento tradicional, o que causará problemas na fronteira ao tentarem entrar de novo nos Estados Unidos, chegando mesma a ser dada como desaparecida uma das crianças;

Ao mesmo tempo no Japão onde mora o dono original da arma e sua filha surda com problemas de ordem afectiva e sexual, causada pelo suicídio da mãe, acaba encontrando um policia que procura indícios da arma que o seu pai ofereceu ao Guia (pai das crianças que atiraram contra o autocarro em Marrocos). A par de tudo isto as televisões e jornais começam a relacionar o incidente em Marrocos com terrorismo envolvendo os Estados Unidos. O que me fascina na temática globalizante do filme é o facto de abarcar quatro locais distintos do globo, e a forma como um acontecimento pode ligar todo o mundo. Alem de abarcar grandes temas: Comunicação, terrorismo, afectos, sexualidade, emigração, tráfico de armas; classes sociais e poder.

Fernando M. André Rosa

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

reflexões avulsas...

O que alguns autores postulam como sendo a Globalização ou como caracterizam a mesma:

Roberto Da Matta, antropólogo brasileiro - Há processos dos quais não se pode escapar. A globalização é um fenômeno de encolhimento do mundo. Estou na Internet, tenho um computador. Mas o que isso significa? A ocidentalização do mundo. Na base, estão valores que correspondem à estrutura capitalista, de concentração da riqueza na mão de poucos, de exploração do trabalho e de impor padrões de comportamento ocidentais. Não dá para vestir a globalização como uma camisa de força.

Arjun Appadurai - It takes only the merest acquaintance with the facts of the modern world to note that it is now an interactive system in a sense that is strikingly new.


Ted C. Lewellen et all - we have seen, the present phase of globalization embodies a convergence of a number of separate but interrelated factors: postfordism, innovations in technology—especially those related to communications and travel—neoliberal economic ideology, the debt crisis and the resulting power of the World Bank and IMF to impose structural adjustments on Third World countries, and the collapse of the Soviet Union, which left capitalism virtually unchallenged.

Finalmente podem encontar nesta Enciclopédia online algumas reflexões básicas sobre a questão da Globalização.



quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Programa Gulbenkian - Arjun Appadurai


Conferência Gulbenkian

Podemos viver sem o Outro? As possibilidades e os limites da interculturalidade

Lisboa. 27 e 28 de Outubro 2008

Auditório 2

Entrada Livre - Tradução simultânea

www.gulbenkian.pt

Informações: 217823529

Podem consultar o Programa aqui: Conferência

Bourdieu e Wacquant


Aqui podem consultar o texto de Pierre Bourdieu e Löic Wacquant de que falámos na sessão passada.
Basta clicar aqui: A nova Bíblia do tio Sam

domingo, 28 de setembro de 2008

Massai um exemplo de glocalismo

Da floresta da Tanzânia para a maratona de Londres. Estes Massai assumiram formas de visibilidade mediáticas, entraram na rede global de comunicação, associaram-se a uma ONG e lutam por água na sua aldeia. Glocalismos possíveis...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

PLANIFICAÇÃO DAS AULAS

GLOBALIZAÇÕES

2008

Planificação aulas - 1º Semestre

24 Setembro

Apresentação

Textos para debate:

Janez Potocnik (2006) Globalisation and what it means for EUR&D policy

Banco Mundial (2000) Assessing Globalization, PREM Economic Policy Group and Development Economics Group

1 Outubro

As grandes narrativas da Globalização I

(PR)

Castels, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3, São Paulo: Paz e terra, 1999, p. 411-439

Canclini, Nestor Garcia. 1996 Unequal partners The Unesco Courier (9); Paris; Sep

Bauman, Zigmund. (1998). Globalization: The human consequences. New York: Columbia University Press.(existe versão Portuguesa)


8 Outubro

As grandes narrativas da Globalização II

(FR)

Friedman, Jonathan. 1994. “Globalization and Localization.” Cultural Identity and Global Process. Pp. 102-116. London: Sage Publications.

Hannerz, Ulf. 1996. “The local and the global: continuity and change.” Em Transnational Connections: Culture, People, Places. London: Routledge. Pp. 17-29.


15 Outubro

Ensaio fotográfico – Tales from globalization


22 Outubro

Identidades Globais – seminário a partir de textos


Appadurai, Arjun. [1991] 1996. "Global Ethnoscapes: Notes and Queries for a Transnational Anthropology". Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globalization. Minneapolis: University of Minnesota Press. Pp. 48-65.


Hannerz, Ulf. 2003. “Being there...and there...and there! Reflections on multi-site ethnography.” Ethnography 4(2):201-216


27 e 28 Outubro

Arjun Appadurai – Podemos viver sem o Outro? As possibilidades e os limites da interculturalidade.

(substituem a sessão de dia 29)


5 Novembro

Catarina Fróis – Globalizações: informação e vigilância


12 Novembro

José Mapril – Globalizações: governação e migrações

(no prelo) "Outros Mukti Bahini: nação e governação das migrações no Bangladesh contemporâneo"

(2008) "Os sonhos da modernidade: migrações globais e consumos entre Lisboa e Dhaka" in Carmo, Blanes & Melo Globalização no Divã, Lisboa, Tinta da China, 65-88


19 Novembro

Marzia Grassi – Globalizações, fronteiras e mercado de trabalho

(2006) “Formas migratórias: casar com o passaporte no espaço Schengen. Uma introdução ao caso de Portugal” Etnográfica Vol. X, nº2, Lisboa, pp.283-307

(2008) "Mobilidade, Fronteiras e Capital Social na Angola Contemporânea” Revista Angolana de Sociologia", nº 2, Luanda

26 Novembro

Ruy Llera Blanes – Globalizações, diásporas e universalismo religioso

(2008) "Um cemitério chamado Europa: cristianismo, consciência global e identidades migratórias" in A Globalização no Divã. Renato do Carmo, Daniel Melo e Ruy Blanes (orgs.) Lisboa: Tinta da China

Sarró, Ramon & Blanes, Ruy Llera (2008) "O Atlântico religioso. Apontamentos etnográficos sobre o encontro religioso em Lisboa" in Itinerários. 25 Anos de Investigação no ICS, Manuel Villaverde Cabral, Karin Wall, Filipe Carreira da Silva e Sofia Aboim (orgs.) Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais

3 Dezembro

Cultura, tecnologia e sociedades (em rede)

Exercício – mundos em rede


10 Dezembro

Movimentos sociais, tecnologia e cidadania

Exercício – mídias radicais

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Picturing numbers

O trabalho do fotógrafo Chris Jordan é uma reflexão crítica sobre a sociedade americana traduzida em imagens onde o rigor formal e estético se alia a dados (números) sobre o consumo de massas. É o caso da genial série intitulada "Running the Numbers. An American Self-Portrait" que vos convido vivamente a visualizar. Trabalhando com a ideia de escala (tão cara à fotografia quanto às discussões sobre os fenómenos globais) Chris Jordan reinventa, o cliché "uma imagem vale mais do que mil palavras"; com um notável sentido formal e estético, Jordan propõe algo como "uma imagem vale mais do que mil estatísticas".

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Tales of a globalizing world


















Pode a globalização ser captada em imagens? Um exemplo aqui.